A nossa casa é aquele sítio onde crescemos. Não, corrige. É o lugar onde temos todas as nossas coisas. Errado. Onde vivem os nossos pais. Nem sempre. Onde estão as recordações. Mentira. É aquele lugar que tem cheiro familiar, gosto de tempero da avó e histórias em cada esquina. Isso é só para os mais sortudos.
Casa é tudo aquilo que levamos numa mudança. E tantas outras coisas que o camião não pode carregar. Casa é mais do que matéria. Isso sim. Casa é onde nos sentimos em casa. Mas quando aquela que era a nossa casa é divida em três caixotes: dar, levar, ficar; quando o nosso perfume é substituído pelo cheiro a fita-cola; quando a nossa boneca de infância é encaixotada sem piedade… Quando vemos tudo isso acontecer, concluímos: nós somos a nossa própria casa. Nem pais, nem amigos, nem bonecas. Nem moveis, nem edifícios, nem vizinhos. A nossa casa somos nós. Eu. Carne, osso e espirito. O resto é só romance.
segunda-feira, 27 de setembro de 2010
Hoje me despedi da Suécia, já estou em Londres, quarta volto para a Espanha, dia 8 tô no Brasil. Mas só passei aqui para publicar um texto que achei no blog da minha hermana Marina.
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